6 de mar. de 2009

Filosofando o Universo- Apoio: Nebulosa Carina


Penso que minha experiência com a Filosofia começa muito antes da sala de aula, sempre fui chamado de "contestador" por meus familiares, principalmente por minha mãe. As indagações sobre os motivos que levaram meus pais a buscarem outras cidades, o que me levou a estudar cada ano do ensino fundamental e médio em escolas diferentes. Em inquerir meu pai para descobrir o que o levou a deixar seu emprego na capital e voltar ao interior em busca de seu sonho e como manteve a família não tendo completado o ensino médio, ganhando mais que minha mãe, que era formada. Talvez, essas reflexões me fizeram trabalhar primeiro e escolher o que estudar depois de alguns anos e por acreditar que aos 18 anos anos não estamos preparados para definir um rumo a seguir nos estudos ou no trabalho.

Acredito que o princípio de qualquer pensamento filosófico parte da dúvida antes da expressão dela, no pensamento crítico sobre a inércia ou o movimento das coisas por exemplo. Onde ficamos confabulando, mesmo que sozinhos, sobre aquele fato que nos fez refletir em determinado momento e são muitos esses momentos. Creio que a palavra Filosofia carregou e ainda carrega uma carga extremamente distinta de seus múltiplos significados, onde os filósofos ficavam muito distantes de nossa realidade, tornando, quase como um dogma seus pensamentos e nos escondendo nossa própria ação na busca da reflexão e do conhecimento.
Pelo mesmo motivo histórico, que afastou a maioria das pessoas dos livros, onde os detentores do saber eram também os do poder, percebemos que a maioria das pessoas, mesmo exercitando a Filosofia, reagem quando o resultado desse exercício vem a tona, ou seja, o poder da reflexão individual ou coletiva se aproxima da verdade, mas não recebe o mesmo valor quando é proposto pelo dito cidadão comum e não por alguém famoso ou importante em nossa sociedade de valores duvidosos.
Devemos levar em conta que apenas há alguns anos, pessoas do meio acadêmico, alguns não tão famosos na mídia televisiva, começaram as expor as ideias e conceitos sobre Filosofia, tanto no apanhado histórico, quanto nos seus próprios pensamentos e indagações, que despertou, graças ao meio de comunicação de massas mais poderoso, ainda, em nosso país, a Televisão(no caso o programa do Fantástico da Rede Globo), um enorme número de pessoas a discutir os temas como sempre fizeram, mas agora com status de filósofo.
Julgo como importante o fato, mesmo que personalizando a forma de se estudar ou exercitar a filosofia, mas de tempos em tempos é necessário despertar o poder que essa chamada reflexão, que pode até começar superficial, mas quando atinge a coletividade, ela que não tem freios, por se tratar de pensamentos idealizados ou influenciados, chega ao menos perto de seu propósito ou significado, expandindo os níveis de conclusão dos que fazem dela uso, ou seja, todos nós.

7 de fev. de 2009

O FILTRO DA IMPRENSA

A partir do governo JK o jornalismo e a imprensa traduzem a alma brasileira em textos, sons e imagens, falando assim parece simples e inofensivo. Mas o deslumbramento pela era do crescimento, do desenvolvimento da sociedade, camuflou o aparecimento dos primeiros jornais de grande impacto nacional e o surgimento da Rede Tupi de Televisão. Era preciso mostrar e mostrar o quê? A grande contribuição dos meios de comunicação do pós guerra, foi a de criar um grande espelho do que seria a sociedade brasileira e seu valores. Notícia e opinião eram uma coisa só e os fatos deixavam de ter apenas narração e passam a obter imagens, fotos e destaque, com a criação do Prêmio ESSO. Não demoram a surgir os jornais alternativos separando a notícia da opinião, tornando a isenção pressuposto de profissionais de imprensa e os editoriais se referem as opiniões de seus donos e o poder criado começa a criar raízes. As reportagens mais famosas da época são sobre a seca no Nordeste e um tiroteio entre políticos. Quero dar este pulo no tempo, com a chegada da internet, para mostrar que a imprensa foi refém da Ditadura e da censura por longos anos e a principal emissora com seus poderosos dirigentes estavam ao lado do poder, que eram parceiro dos militares e seus apoiadores. Com o fenômeno global da internet a informação passa a ser de domínio público irrestrito, mas nos principais portais de acesso estavam lá as grandes redes para dosar a velocidade de acesso junto ao governo e as notícias de grandes agências de e seus jornais de sempre. A notícia independente ou opiniões solitárias começam a ser difundidas anos depois com o surgimento dos blogs e páginas pessoais. Mais uma vez a a chance da verdade da notícia sem maquilagem perde espaço e oportunidade de quebrar a regra de quem divulga informação. Apesar de existirem inúmeros tele-jornais e emissoras as notícias pertencem a agências que apenas liberam as imagens e reportagens para o resto do mundo. Acredito que a única maneira de expor um fato, uma notícia, seria apenas a foto, a imagem. Porque no momento do texto a isenção não pode prevalecer, pois haverá uma mente ali, de centro, de esquerda ou de direita, mas ali estará ela. Quero dizer com isso que a opinião não precisa vir separa da notícia, apenas a verdade sobre o que pensa ou quem é essa pessoa que publica produz ou publica a notícia. Assim poderemos saber a sua intenção e vislumbrar um pouco desse filtro gigante que nos carrega com ou sem chumbo. O filtro da imprensa.