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20 de nov. de 2013

MAR do Cantos do Sul da Terra 19/11/2013

http://www.mixcloud.com/Cultura1077/cantos-do-sul-da-terra-1911/ Mais uma deliciosa lembrança que o Cantos me traz, meu Avô Vasco Viejo, antes de completar esta jornada terrena perto do seus 70 anos foi levado a conhecer esse tal de Mar, lembro seus olhos brilhando como a espuma das ondas, dizendo “ mas não termina essa água” Hoje eu diria e digo, que não! vô, Antão Otharan (Santa Maria 1922-1994) o mar é como a vida ou essa vista sem fim...ficamos pra sempre nessa brisa que tenho certeza que você sentia lá nos acampamentos de Iraí... Abrazo Vasco! Éderson Otharan

29 de out. de 2013

Pena e tinta

Essas letras caem como pedras no mar, chegam a borrar as folhas espalhando a tinta como a gota espalha a água Derramam em meus versos tuas dores porque nada sinto a não ser isto que é mais que vontade e desejo, essa inquietude desordenada captada vezes por cordas, vezes por paredes de bar. Restando a parede que não pode se defender guardar os espasmos de sentidos. Tu, folha de papel, deste velho caderno chamado vida.

21 de out. de 2013

Luas de Outubro

Sombras de amores cantados Vivo em meio as sombras e elas são tantas entre Jamelão e Caymmi Lupi me inveja e tem pena pois não sobrou uma letra pro meu poema Vinicius lembrou de mim, Caetano me fadiga, mas Chico me acalma Não tem Benjor nem Tim Maia que me sossegue, quero mesmo é zombar com a Cássia Eller e sambar like Jagger

17 de out. de 2013

old habits die hard

Quem terá a memória do mundo? Acho que a única cena do filme Alfie que não vivi foi a da gravidez da mulher do amigo. Isto posto, quero dizer que erramos demais e acreditamos no erro Demora um certo tempo para muitos de nós captarmos a idéia De vida a um a dois a três a todos Muito apelo moral da família e da sociedade que formou opinião, Mas a ética se olharmos para Roma também serpenteou Nessa chamada evolução, prefiro chamar de evolução da mídia Da informação e do fim da privacidade. O termo privacidade está carente de definição e a liberdade não existe literalmente. Muitas palavras perderam sentido neste diapasão porque nossa percepção Mudou tão rapidamente que é melhor nem falar no assunto Continuamos na superfície de um mundo movediço nossa confiança está Guardada pelas nuvens. Servidores por quanto tempo. A vida simples deve voltar em breve, alguém ou todos nós desligará da tomada e teremos Apenas o tempo da bateria descarregando lentamente enquanto outro alguém Vai La fora buscar lenha

9 de out. de 2013

Temporada 1980 1990

Lembrei da visão do cheiro e do som De quando nos verões de minha infância Entrava na sede campestre no clube internacional De cruz Alta, o caminho de terra que dava nas várias cadeiras espalhadas em frente ao restaurante. Da música sempre alegre, o pop do momento, 1988. O cheiro de bronzeador, a galera jogando vôlei, a cor azul das piscinas refletindo o sol e queimando os pés. Os chinelos na beira do chuveiro, algumas vezes você não achava o seu... então a cada final de semana todos acabavam trocando de par, mas alguns ficavam sem. A cueca-virada, os banhos de sol e muita diversão. Dar mortal na borda ou procurar pedras no fundo Pouca roupa, pouco álcool e muitas miradas....

16 de ago. de 2013

aGOSTO DE 2013

Na última semana envelheci dez anos tantos os fatos ocorridos e ocorrências. Até lembrei que por volta dos quinze anos não estava achando muita graça na vida e tasquei um forte pensamento ao vento – Pedi que a vida tivesse mais emoção e aventura. E nessa idade já havia passado por mais de nove escolas 10 cidades e uns quinze endereços, mas era à vida amorosa que eu me referia. Pois o universo quando conspira não distingui, não quer saber, pensou levou! To a mais de uma semana levando uma vida que não é minha, devo estar dentro de um filme e sem dublê, não por ser Agosto, mas no ano dois mil e 13 queria o quê? Sobre conselhos, eu tenho um novo entendimento: Se receber siga. Se seguir não vai precisar repassar. Se não seguir vai passar a vida inteira convencendo os outros a segui-lo e contando a sua história vai convencê-los.

16 de jul. de 2013

Não lembro quando foi a primeira vez mas lembro da sensação que causou quando vi a Sonífera Ilha e o que menos fiz foi dormir.
Acidez de inverno e vinho estalo de fogo inicial, dedos ásperos de ventos seco.
Tintos goles à meia luz a foto tão esperada quanto a última dança seguida pelo último beijo,
as lágrimas corriam enquanto a música trazia lua enorme, todo o céu esperava. o infinito
mais uma vez se encontrava ali. Mas a foto não veio e tudo ficou para outro último encontro. Mais uma vez o infinito estará presente depois da travessia. Qual vinho, qual música, qual lua
Gotas à flor da pele...

28 de abr. de 2013

ROUGE BOTEQUIM

TRAPOS GUARDANAPOS PORTA-COPOS GUARDA-COPOS
ESTILO SACADAS CALÇAS JUSTA NÁDEGAS. CALÇADA
COPACABANA SEIOS MORRO DA URCA
SOMBRA DE CHAPÉU. POSTES SEM LUZ
O GARÇOM PASSA UM PANO NA MESA
TRAZ MAIS UM, O QUE ERA MESMO?
MEU QUARTO SOTURNO DA CASA DA RUA
MINHA SALA COM PIANO MUDO QUADROS DE PARIS
DO RIO DE PORTO ALEGRA FITZGERALD. JAZZ

ACABO DE VER....ELA FITZGERALD A ESPOSA.
ESTÁ ALI DO LADO DE FORA NA CALÇADA,
ESCORADA NAQUELA LUMINÁRIA, SEU CABELO ARMADO
MORDISCA O LÁBIO ENTEDIADA O SUFICIENTE PARA ME OLHAR
SEUS OLHOS MIRAM O CHÃO, QUE SOMANDO OS DEGRAUS
DA ENTRADA DO BAR E DO PALCO ACERTAM MEU QUEIXO
VERMELHO DE COMEÇO DE OUTONO. MAS É ELA, PARIS ME OLHA
É REALMENTE ELA NÃO CABE EM SI,
UM CHINÊS SAI DO HOTEL CONDOR, ESPIA O QUE SE PASSA
NÃO ENTENDE O SAX SE AFINANDO
E O BATOM VERMELHO DE ZELDA MARCA A CIGARRILHA QUE NOS BRINDA
O GELO SECO

RASGUEI TUA BLUSA
DESVENDEI TEU VÉU
AVISTEI-ME NO CENTRO
DENTRO INERTE DE PULSO
ESCONDIDO LEITO SEGREDOS
MOVIMENTOS LISOS
PELES PELOS PENUGEM
LÁBIOS GOTAS LÍNGUA
DENTES SANGUE
UIVO COITO
ROMPER EM TI
NA MADRUGADA


LUA CHEIA

NÃO É TÃO FÁCIL ABRIR O PEITO E SACAR A ALMA
A VOZ É O SANGUE DA ALMA NUM GRITO
OFEREÇO MEU TRÔPEGO CORAÇÃO, HOJE POBRE
DE FUTURO, MAS COM PASSADO RICO E INALTERADO.
ALGO QUE A VIDA NÃO TROCA. TUDO ESTÁ PERDIDO
POR QUE NÃO MEU CORAÇÃO?
PARA QUEM VÊ OS OLHOS TRISTES
PARA QUEM VÊ A ALMA E A RECONHECE.
SOPRA A GUITARRA DA SOLIDÃO
A  MUSA DAS PULPERIAS
SANGUE EM VOZ BUMBO E TUMBA
ADIOS GUITARRA QUERIDA
ME VOU A LUNA ESCONDIDA
AO SOL A RODIAR...

13 de abr. de 2013

de volta ao outono


Na sexta-feira chuvosa, a dama lamenta chorosa o que não perdeu.
O príncipe não veio e o sapos pererecam aos borbotões na lagoa de suas lágrimas.
Janela úmida e imagem turva de seus sonhos sem final feliz
Na taça rubra mais uma gota da vinha etílica em seus devaneios
Pelos fundos ela o vê entrar sorrateiro alma leve e sapatos de algodão
No chão o pelego em frente a lareira
Tortuosas curvas descendo por seus castanhos olhos cabelos...
Sopra a chaminé alardeando o fogo em chispas do braseiro
Abre-se o fole viro a taça e a bebo corpo a corpo.

28 de mar. de 2013

La Negra

Quando se ouve aquela nota alta, mas não só a nota alta, mas a nota carregada de emoção cheia de sentimento bagagem nada leve, não precisa saber de música de onda ou de solfejo, basta a pálpebra tremer e a testa suar coçando o chapéu, que todos são ouvintes e de cada palmo de corda não se medem os instintos ou se presume sua função. Música é luz e procuramos tanto que passamos pelo essencial, o arrepio do ouvido quando encosta nas “grimpas” d’alma.
procurei o link mas essa música não é tão fácil...


13 de mar. de 2013

TRIC TRIC


Meu olho começa a tremer,
tremem as paisagens pelos vidros.
Vibram as folhas sem vento.
As nuvens teimam em girar e girar.
Minha cabeça sacode, língua áspera,
sem pestana não dá tempo de piscar.
O chão teme, meus pés formigam.
Nenhuma gota de chuva, breu.
Vejo uma veia pular no braço
e um músculo voluntário a acompanhar as pálpebras
batendo como tampa de margarina
em aros de bicicleta. O banco vibra
como se pneu não houvesse,
atrito, impacto.
Ainda sem dor

6 de mar. de 2013

Cantos do SUL da Terra


Aqui fala um basco que teima em ser gaúcho, em ter brios e astúcia.

Que não esquece do pago, do cavalo e garrucha,

Guitarreadas fumaça e pala.

Quem não se arrisca não conheça adaga

Mas nesse pampa verde a galope

Fui parar lá na Coxilha

Conhecer poetas e rimas

Desde piá agarrado nas ”crinas”

Falo de qualquer esquina de uma só

CRUZ ALTA.


Aos Hermanos do Programa Cantos do Sul da Terra

https://www.facebook.com/cantosdosuldaterra?fref=ts


Bronze

Era uma vez um lindo sino de bronze com lindos adornos feitos à mão, delicados detalhes no mostro de mais de uma tonelada. Por séculos dele se espera o soar, o aviso de cada ocaso e alvorada, todos o aguardavam dos ansiosos por cumprir sua rotina de arrependimentos, segredos e penitências. Aos pássaros a espera das crescentes ondas sonoras à sua revoada. Independe o clima o seu lugar sem sombra, seu brilho marcado pela intempérie é ofuscado apenas pelas asas das nuvens pesadas que descarregam todas as dores e carregam as esperanças de que o vento nunca o faça tocar. Apenas a mão do homem, que um dia pelo silêncio exterior não aguentou o tinir de seus pensamentos e puxou a corda que fez o sino ecoar de surpresa o som dos apressados... Inesperado advento, o dia, a noite, o desespero por um silêncio nesse momento.

3 de mar. de 2013

CARONA

QUE REMÉDIO É ESSE CHAMADO TEMPO?

QUE VOZ É ESSA QUE NÃO ME CHAMA?

QUE FOGO É ESSE QUE NÃO ME QUEIMA?

QUE PORTA É ESSA QUE NÃO ABRE?

ESSA CASA É TÃO DISTANTE

ESSA GRAMA É TÃO SEM LARANJAS NO CHÃO

ONDE ESTÁ A LENHA SECA?

A FUMAÇA DO FOGÃO

O ESCURO

TEU SILÊNCIO ANTES SAGRADO

OS BANHOS GELADOS

ROUPAS BRANCAS

ROUPAS POUCAS

HOJE MINHA FALA ESTÁ ROUCA

GEMIDOS DA TUA BOCA

SERÁ QUE A SAUDADE É POUCA?

OU A MEMÓRIA ESTÁ LOUCA?

TOCO ESSA MÚSICA NO SONHO REAL QUE AS ÁRVORES

QUE AS PRAÇAS ME CONTAM QUE AS FOLHAS DANÇAM

COM O SOLO DO MEU ÚLTIMO AMIGO VENTO

DE COMPANHIA MEU LAMENTO POR  ME DESPROGRAMAR

ENFEITAR DEMAIS O CAMINHO LENTO POR ESSES DIAS

SEDENTO"

RUA SEM ESQUINA UM LIMÃO OU ADVENTO!

JANELA ALTA FRIA COMO BENTO.

OUTDOORS AUTO-ESTRADA ÁLCOOL SENTIMENTO

FLORES ALBINAS

CASTAS E CASAMENTO


27 de fev. de 2013

CHEIRO DE INVERNO

TODAS AS VEZES EM QUE VENCI

TODAS AS VEZES QUE PERDI

TODAS AS VEZES TODAS AS CORES QUE VI

TODAS AS CHUVAS QUE BEBI

TODAS AS LETRAS QUE ESCREVI

TODAS AS COISAS!

VOCÊ SEMPRE ESTEVE LÁ

VOCÊ NÃO SAI DE MIM

VOCÊ É TODA!

TODAS SÃO VOCÊ, MAS NÃO TODA

VEJO POR TODA PARTE A PARTE QUE FALTA

A PARTE DO TODO QUE SEM É NADA

POR TODA A FALTA

TUDO.

25 de jan. de 2013

QUANDO FUI EU




DE TANTO ESCALAR AO TOPO E ALÉM

ME PERDI DE MIM. O QUE TODOS

DEVEM EXPERIMENTAR, O DESAPEGO EXTREMADO

TE DEIXA TÃO LEVE QUE A SOMBRA SE APAGA

E A BRISA TE LEVA.

A SENSAÇÃO É DE VAZIO, MAS UM VAZIO MUITO LEVE,

SEM CULPA, LIVRE DE TODAS AS DORES.

APENAS EXISTIR, NEM O AR QUE RESPIRO,

NEM 21 GRAMAS.SOPRO.

A ALMA SOLTA ESTÁ EM TODO LUGAR

VOU A LUGAR ALGUM