É impressionante como uma imagem, uma foto ou um quadro, pode nos desestabilizar, digamos assim.
O autor não faz ideia do que provoca, as vezes ficamos nus, melancólicos ou felizes diante de uma foto. Podemos rever decisões, voltar ao passado, ou simplesmente ficarmos ali parado diante da nossa consciência nos cobrando algo que gostaríamos de esquecer, mas ali, naquele momento se tornou impossível e talvez para sempre o seja. Ocasião muito estranha, que ao observar profundamente a imagem percebemos que a primeira vista houve a distorção da realidade pelo impacto primário da observação, e analisando a fundo, a aparente alegria é transformada em mágoa e os olhos estão cheios de lágrimas e turvos e o sorriso é derrubado pelo fundo dos olhos. Como podem estar juntos passado e presente na mesma foto tendo a única conexão entre eles o espectador? O que deixa ainda mais forte a imagem e suas interpretações. Mas como diz o brasileiro, primeiro vem o samba depois o Carnaval. Primeiro vem a poesia depois a música, primeiro vem a dor depois o blues. Coisas do coração que te prova que a Razão era dele.
A vida é cheia de improváveis provas, mas nenhuma irreprovável.
Iguana
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